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  • Foto do escritorCarol Avileis

Tire suas cascas


Mal sabia o burro quão profundo o Shrek falava nesse momento. Pela pirâmide de Dilts, a nossa camada mais externa seria nosso ambiente, e entrando rumo ao centro estaria, em ordem, nosso comportamento, habilidades e conhecimento, crenças e valores, identidade e, mais ao centro, nosso propósito (espiritualidade). Isso porque eu vejo a pirâmide de Dilts na verdade como uma cebola, como a do Shrek.



Você tem dificuldades na sua vida. Vamos supor, seu trabalho. Não gosta do que faz, tá irritado com seu chefe, ganha pouco. Como resolver essa situação? 

A forma mais fácil seria mudar seu ambiente, porque é externo a você. Trocar de trabalho. Pode resolver por algum tempo, mas então você começa a ver a cena se repetindo. A vida corporativa é complicada mesmo, você pensaria.

Ou você pode começar a resolver pelo seu comportamento. Ao invés de trocar de trabalho, poderia, por exemplo, tentar se comportar de outra forma, de forma que criasse menos atrito com seu chefe. Alguma coisa com certeza seria alterada. Mas esse caminho já é interno, depende de você. Portanto, mais difícil, com maior gasto energético.

Poderia entrar um pouco mais na cebola e alterar as habilidades e conhecimentos. Talvez fazer uma especialização, um curso, que te coloque em um paradigma diferente, mude seu ponto de vista. Te habilite a fazer coisas diferentes. O gasto energético aumenta nessa camada.


Alternativamente, você poderia ser absurdamente corajoso e questionar suas crenças e valores. Começar por perguntas mais filosóficas como, acredito no que eu faço? Estou trabalhando em prol dos valores que prezo? Nesse caso, com certeza você vai sentir um desconforto enorme, porque mexer com crenças e valores é entrar fundo em quem você acha que você é. É talvez entender que você tem gastado tempo e energia em algo que está contra suas crenças e valores, ou ainda que suas crenças e valores precisam ser revistas.

Finalmente, você pode ir no âmago da questão, e fazer aquelas perguntas que fazem pra gente quando somos pequenos. O que você quer ser quando crescer? Qual seu sonho? O que você está fazendo nesse mundo? Qual o seu legado? Aí você está mexendo com identidade e propósito. Nesse caso, sua vida pode balançar. Você pode ter que rever tudo! Sua profissão, sua relação com seus pais, com seus filhos, com seu cônjuge. Sua forma de lidar com o dinheiro, com o tempo. Onde está gastando sua energia. 


Você pode entender que, quanto mais você entra nas camadas mais internas, maior a energia que você precisa para fazer alterações na sua vida, e mais dolorido será o processo. Mas se você alterar o centro, sua identidade e propósito, automaticamente essa alteração irá irradiar para as outras camadas mais externas. E mais sentido fará, porque você estará indo de encontro com a sua essência.

E como vou saber se cheguei na minha essência? Suponha que você perca seu emprego. Sua profissão. Se você for um barbeiro, e perder os movimentos das mãos, e não puder mais ser um barbeiro. Suponha que você perca todos os seus bens, seus pais, seus filhos, seu cônjuge, seus amigos. Suas roupas. Aí, quem é você? Quem sobrar disso tudo, essa é a sua essência. Essa é sua identidade. Você não é sua profissão. Não é pai ou mãe, ou filho, ou amigo. Não é sua nacionalidade, seu time de futebol.


Quem é você? Essa é a pergunta que importa. E que vai mudar todo o resto da sua vida.


Se esse post te ajudou a pensar na sua vida, deixa seu comentário aqui!

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