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O que acontece em hipnose é real?

Atualizado: 28 de fev. de 2020

Uma pergunta frequente que acontece no consultório, principalmente quando realizamos rotinas de regressão por emoção, é se o que acontece em hipnose é real ou não. Às vezes o paciente vai para uma situação de abuso, outras para uma vida passada. Às vezes vai para uma imagem de criança que não tem nenhuma memória de ter acontecido. Aquelas memórias e imagens, elas aconteceram mesmo?


Em hipnose, o que importa é a realidade experimentada, percebida. Algumas memórias são guardadas como símbolos fantasiosos da emoção que precisava ser armazenada, enquanto outras memórias realmente aconteceram e foram recalcadas no inconsciente. De qualquer forma, a memória ou imagem trazida está afetando o paciente hoje, porque tem um conteúdo emocional atrelado a ela. Não importa para o hipnoterapeuta o que é verdade e o que não é. O que importa é que o paciente sai curado e livre daquela amarra.


Já tentou perceber que a colher não existe?



Afinal, como disse Morpheus no filme "Matrix":

"O que é real? Como você define o 'real'? Se você está falando sobre o que você pode sentir, o que você pode cheirar, o que você pode saborear e ver, o real são simplesmente sinais elétricos interpretados pelo seu cérebro."


No livro "A Estrutura da Magia – Um Livro sobre Linguagem e Terapia”, Richard Bandler e John Grinder, contam uma história muito interessante sobre o que é real e o que é ilusão, que nos ajuda a refletir um pouco sobre isso. Reproduzo a história abaixo.


Era uma vez um jovem príncipe, que acreditava em tudo, exceto em três coisas. Não acreditava em princesas, nem em ilhas, nem em Deus. O rei, seu pai, tinha dito que essas coisas não existiam. Como não havia princesas ou ilhas nos domínios de seu pai, e nenhum sinal de Deus, o príncipe acreditou no que o pai disse.

Um dia, porém, o príncipe fugiu do palácio e dirigiu-se ao país vizinho. Lá, para seu espanto, viu ilhas por toda a costa, e nessas ilhas viu criaturas estranhas e perturbadoras, às quais não se atreveu a dar nome. Quando estava procurando um barco, um homem vestido de noite dele se aproximou na beira da praia.

- Estas ilhas são de verdade?, perguntou o jovem príncipe.

- Claro que são ilhas de verdade, disse o homem vestido de preto.

- E aquelas estranhas e perturbadoras criaturas?

- São todas autênticas e genuínas princesas.

- Então, também Deus deve existir!, se espantou o príncipe.

- Eu sou Deus, replicou o homem vestido de preto, com uma reverência. O jovem príncipe retornou a casa tão depressa quanto pode.

- Então, você voltou!, disse o pai, o rei.

- Vi ilhas, vi princesas, vi Deus!, disse o príncipe num tom desafiador.

O rei não se abalou.

- Não existem ilhas de verdade, nem princesas de verdade, nem um Deus de verdade.

- Eu vi!

- Então me diga como Deus estava vestido.

- Deus estava todo vestido de preto.

- As mangas de sua túnica estavam arregaçadas?

O príncipe lembrou-se que estavam. O rei sorriu.

- Isso é a roupa de um mago. Você foi enganado.

Com isso, o príncipe retornou ao pais vizinho e foi para a mesma praia, onde mais uma vez encontrou o homem todo vestido de preto.

- Meu pai, o rei, me disse quem você é, disse o príncipe indignado. Você me enganou da última vez, mas não irá enganar de novo. Agora sei que estas não são ilhas de verdade, nem aquelas criaturas são princesas de verdade, porque você é um mago.

O homem da praia sorriu.

- Você é quem está enganado, meu rapaz. No reino de teu pai existem muitas ilhas e muitas princesas. Mas você está sob o encanto de teu pai, por isso não consegue ver tudo isso.

O príncipe, de cabeça baixa, voltou para casa. Quando viu o pai, olhou bem nos seus olhos.

- Pai, é verdade que você não é um rei de verdade, mas apenas um mago?

O rei sorriu e arregaçou as mangas.

- Sim, meu filho, sou apenas um mago.

- Então o homem da praia era Deus.

- O homem da outra praia era outro mago.

- Tenho que saber a verdade, a verdade além da magia.

- Não há verdade além da magia, disse o rei.

O príncipe ficou profundamente triste.

- Eu me matarei, disse ele.

O rei, pela magia, fez a morte aparecer. A morte ficou junto à porta e acenou para o príncipe. O príncipe estremeceu. Lembrou-se das ilhas belas mas irreais e das princesas belas mas irreais.

- Tá bom, disse ele, eu aguento tudo isto.

- Viu, meu filho – disse o rei –, você agora também começa a ser um mago.


O que importa é que você ficará livre de emoções que ditam seu comportamento automatizado hoje. Você será o senhor da sua vida. Você quer passar por essa experiência mágica? Então venha fazer hipnose conosco.


Inspirado em uma aula do Prof. Alberto Dell'Isola. Obrigada professor.

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