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Transtorno Alimentar: Como o Estilo de Vida Ocidental Está Impactando os Chineses


O transtorno alimentar tem se tornado uma preocupação crescente na China, refletindo mudanças culturais e influências do estilo de vida ocidental. Um estudo recente publicado no Journal of Eating Disorders (He et al., 2024) investigou as causas que as próprias pessoas julgavam serem responsáveis pelo desenvolvimento desses transtornos, entre as causas mais comuns destacam-se o papel das mídias sociais, ideais culturais e padrões de beleza globalizados.


mulher oriental com uma pizza na mão reflete o  estilo de vida ocidental e as mídias sociais influenciam o transtorno alimentar na China

O Que Está Por Trás do Aumento dos Transtornos Alimentares na China?

A pesquisa revelou que, embora fatores individuais (como problemas emocionais e psicológicos), sejam os mais frequentemente citados, fatores socioculturais também têm grande impacto nesse aumento. Entre os participantes do estudo, de 19% a 25% apontaram que "padrões de mídia e culturais" influenciaram o desenvolvimento de transtornos alimentares como anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar periódica.

Essa conexão está relacionada à disseminação do "ideal de magreza" promovido pelas mídias sociais, que reforça comparações sociais e padrões irreais de beleza. Essas pressões socioculturais são particularmente fortes entre jovens chineses expostos ao estilo de vida ocidental, onde a superexposição do corpo e a valorização do sucesso material se tornam evidentes.


Mídias Sociais e Transtorno Alimentar

O papel das mídias sociais foi amplamente debatido no estudo. Por um lado, essas plataformas promovem comparações constantes, intensificando a insatisfação corporal. Por outro, podem servir como espaços de apoio, onde usuários compartilham experiências e encontram comunidades que oferecem acolhimento.

As postagens analisadas indicaram que transtornos alimentares como a bulimia nervosa têm uma relação mais forte com a influência da mídia, comparado a outros tipos de transtorno alimentar. Isso sugere que intervenções baseadas em mídia podem ser particularmente eficazes para prevenir e tratar esses casos.


A Transição Alimentar e os Transtornos Alimentares

A adoção de hábitos alimentares ocidentais, frequentemente ricos em calorias e pobres em nutrientes, também está contribuindo para o aumento dos transtornos alimentares na China. Essa mudança na dieta, combinada com padrões culturais locais e pressões globais, cria um ambiente que favorece o desenvolvimento de comportamentos alimentares disfuncionais, especialmente entre os mais jovens.


Como Prevenir e Tratar o Transtorno Alimentar na China?

A prevenção e o tratamento de transtornos alimentares na China exigem abordagens culturalmente sensíveis que integrem educação, conscientização e suporte psicológico. Promover a alfabetização midiática, por exemplo, pode ajudar a reduzir o impacto de padrões irreais de beleza. Além disso, tratamentos individualizados que considerem a interação entre fatores socioculturais e emocionais são essenciais para oferecer suporte efetivo aos pacientes.


Conclusão

O transtorno alimentar é um problema multifatorial que reflete tanto influências pessoais quanto culturais. Na China, o impacto do estilo de vida ocidental, aliado à transição alimentar e às mídias sociais, tem moldado significativamente esse cenário. Profissionais de saúde, educadores e pesquisadores precisam trabalhar juntos para desenvolver estratégias de prevenção e tratamento que atendam às necessidades específicas desse contexto.


Referência:

He, J., Zhang, Y., Liu, Z., Barnhart, W. R., Cui, S., Chen, S., Fu, Y., Ji, F., Nagata, J. M., & Sun, S. (2024). Exploring the self-perceived causes of eating disorders among Chinese social media users with self-reported eating disorders. Journal of Eating Disorders, 12(201). https://doi.org/10.1186/s40337-024-01159-w

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